A área da saúde e gerenciamento de risco caminham em grande sintonia, visto que a premissa de qualquer ambiente hospitalar é salvar vidas. As pessoas que precisam desses cuidados estão em um momento delicado de suas vidas, e garantir que as atividades ocorram da melhor forma, prevenindo e corrigindo ações, é fundamental.
Além disso, é preciso estar atento ao uso de recursos acessórios, como ferramentas adequadas e a capacitação dos profissionais de saúde para determinar o sucesso das ações.
Para ajudar você a entender qual a relação da área da saúde e gerenciamento de risco, preparamos este artigo. Acompanhe!
O que é o gerenciamento de risco na área da saúde?
O gerenciamento de risco na área da saúde pode ser entendido como a implantação de rotinas que visam estabelecer procedimentos, políticas e condutas, além de fazer o levantamento de recursos para a avaliação de riscos e eventos adversos.
O objetivo é afastar as ameaças à segurança, à saúde do paciente e demais públicos que frequentam os hospitais, garantindo a integridade profissional, assim como a boa reputação da instituição hospitalar.
Nesse cenário, vale lembrar que problemas são diferentes de riscos, pois é caracterizado como problema o fato consumado e, portanto, um risco já concretizado. Além disso, o problema diz respeito a fatos passados, e o risco tem a visão do futuro, inerente ao que pode acontecer.
Com isso em mente, é possível concluir que a gestão de riscos é referente a uma série de atividades que possui como objetivo conduzir, analisar e controlar os riscos de uma organização.
Na área da saúde a gestão de riscos atua para identificar, analisar, avaliar, priorizar, classificar, tratar, mitigar e fazer o monitoramento dos riscos, sendo uma prática de fundamental importância para promover o bem-estar de pacientes.
Devido a sua relevância, a gestão de riscos na área da saúde tem significativa importância, exigida por diversas certificações, a exemplo da Acreditação ONA de serviços de saúde ISO 9001:2015, MEG – Modelo de Excelência da Gestão da FNQ e a Acreditação de Operadoras pela ANS.
Como funciona o gerenciamento de risco na área da saúde?
O gerenciamento de risco, no contexto da segurança hospitalar, pode ser feito em clínicas, hospitais, operadoras, laboratórios, entre outros locais relacionados ao segmento.
Por isso, faz-se necessária uma definição clara dos processos das instituições em questão, a fim de promover a capacitação de responsáveis por conduzir as atividades de gerenciamento de risco na área da saúde.
Para tanto, é necessário fazer a análise dos riscos de forma a priorizar os processos da cadeia de valor do ambiente hospitalar, relacionados de forma direta à assistência e segurança do cliente.
Veja a seguir como funciona o gerenciamento de risco na área da saúde!
Identificação dos riscos
O primeiro passo para fazer o gerenciamento de risco na área da saúde é identificá-los. Isso pode ser feito reunindo as lideranças dos setores para fazer a identificação dos riscos mais importantes, considerando alguns aspectos, a exemplo de:
- relatórios de reclamações de clientes;
- resultados de auditorias internas e externas;
- estratégias da organização;
- resultados de pesquisas de satisfação;
- tendências de judicialização;
- possibilidade de ocorrência de evento nas inter-relações dos processos (cadeia cliente/fornecedor);
- resultados de análises críticas de indicadores.
Classificar os riscos
A classificação da natureza dos riscos torna possível fazer a classificação deles em categorias. Assim, eles são catalogados da seguinte forma.
Riscos Estratégicos
Os riscos estratégicos se relacionam com a tomada de decisões da alta administração da empresa, e são capazes de impactar no valor econômico da instituição hospitalar, a exemplo da redução da demanda de mercado, desencadeada pelo uso de novas tecnologias pela concorrência.
Riscos Operacionais
Os riscos operacionais possuem relação com as perdas advindas de falhas nos processos internos decorrentes, por exemplo, de falha na segurança do paciente, acarretando a perda de clientes.
Riscos Financeiros
Esses estão relacionados ao mau gerenciamento do capital da instituição, o que impacta nos níveis de endividamento da organização. São exemplos a compra de novos equipamentos sem que seja realizado planejamento financeiro de médio e longo prazo.
Além disso, a falta de um estudo que comprove que os equipamentos gerarão caixa colabora para elevar os riscos financeiros.
Assim, o próximo passo é analisar as chances de ocorrência do risco e seus possíveis impactos na organização. Com isso, é possível criar ações para mitigar esses riscos, aumentando a segurança do paciente.
Qual a importância do gerenciamento de risco na área da saúde?
O gerenciamento de riscos tem como função principal proteger o paciente de acidentes no ambiente hospitalar. Assim, ele ainda colabora para a boa reputação da instituição.
Conforme Relatório Justiça em Números, somente no ano de 2016 entraram em tramitação 1.346.931 processos judiciais referentes à saúde no país. De modo geral, as razões que levam os pacientes a processar uma instituição de saúde são:
- negativa do tratamento pela operadora de plano de saúde;
- alta antecipada;
- infecção hospitalar;
- insatisfação com os resultados;
- demora e mau no atendimento;
- erro de diagnóstico, de cirurgia, de laudo, de tratamento e outros erros médicos.
Assim, no segmento da saúde, um fato de suma importância na gestão de riscos é trabalhar o desenvolvimento da cultura da gestão de riscos, a fim de que eles sejam notificados, o que é somente possível com a capacitação dos profissionais.
Para tanto, é fundamental incorporar e trabalhar a cultura organizacional, a fim de que as ações sejam realizadas com êxito. Vale lembrar, alguns aspectos devem ser observados:
- assegurar que qualquer colaborador possa notificar um evento;
- assegurar que danos graves/óbitos sejam registrados e notificados, inclusive no Notivisa (sistema de notificação de eventos da Vigilância Sanitária – Anvisa);
- definir o fluxo para notificação (manual ou eletrônica) dos eventos;
- classificar todos os eventos.
O que diz a lei sobre o gerenciamento de riscos na área da saúde?
Como vimos, o gerenciamento de riscos na área da saúde tem como objetivo garantir a correta execução de ações preventivas e corretivas, a fim de que seja garantido um serviço de excelência para o paciente. Como consequência, as empresas de saúde conseguem melhores resultados, inclusive financeiros, fundamentais para o seu desenvolvimento.
Nesse sentido, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 36, norma muito conhecida por instituições de saúde, tem como objetivo fazer a definição de ações para garantir o bem-estar do paciente e o melhor uso dos serviços prestados, além de aumentar a qualidade desses.
Além desta, a RDC 16/2013 reafirma os preceitos da gestão de ricos na área da saúde. De acordo com a norma, os fabricantes dos produtos hospitalares devem garantir o processo contínuo da gestão de risco, o que envolve todo o ciclo de vida do produto, o que precisa incluir as devidas análises, avaliações, controles e monitoramento do risco.
Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio da RDC 16/2013, que rege a gestão de riscos para todas as empresas de produtos médicos e estudos in vitro, normatiza que todas as ações envolvendo a questão sejam acompanhadas por profissionais capacitados.
Ainda é precioso lembrar da ABNT NBR ISO 14971/2009, norma reconhecida mundialmente, e que é uma grande referência quando se trata do gerenciamento de risco na área da saúde. Soma-se a ela a aplicação da ISO 14971:2009, sendo uma fonte de referência importante para o gerenciamento de risco na saúde.
Quais as principais ações no gerenciamento de riscos e como implementar?
A implementação do gerenciamento de riscos na área da saúde deve contar com uma equipe capacitada e multidisciplinar. Com isso, será possível mapear e fazer o diagnóstico dos riscos existentes. Começar identificando qual o setor precisa de mais atenção para mitigar riscos e fomentar a prevenção é o primeiro passo.
Em seguida, é preciso pensar em soluções para os riscos eminentes. Com isso, será possível reduzir as chances dos erros serem elevados, ao mesmo tempo em que a segurança do ambiente é aumentada.
Finalmente, faz-se necessário criar e executar ações que visam fazer o planejamento dos passos necessários para a reestruturação dos processos internos que se fazem necessários. A partir disso, é possível fomentar a cultura do gerenciamento de riscos.
Assim, para a implementação da gestão de risco, é necessário seguir o caminho a seguir. Acompanhe!
- identificação;
- análise;
- definição e criação de processos e procedimentos bem definidos;
- monitoramento;
- melhoria contínua dos processos;
- atenção à legislação e à documentação;
- fomentar a comunicação;
- garantir o controle das ações;
- promover avaliações dos processos e atividades;
Ainda é preciso garantir que todas as situações que ofereçam perigo nas instituições de saúde sejam verificadas a partir de uma checklist, que deve estar pautado nas legislações em vigor, a fim de otimizar o planejamento das atividades desenvolvidas, assim como garantir as boas práticas de gerenciamento de risco voltadas à área da saúde.
Quais os principais resultados do gerenciamento de riscos na saúde?
A gestão de risco é abrangente a todos os indivíduos que fazem parte da instituição hospitalar, desde os empregados que constituem a base da pirâmide organizacional, até alta gestão. Isso porque, apenas com comprometimento de todos será possível criar uma cultura voltada para o gerenciamento de risco na área da saúde de forma efetiva.
Se implantado de forma efetiva, o gerenciamento de riscos na área hospitalar é capaz de trazer vários resultados, a destacar:
- diminuição e/ou eliminação de falhas;
- gestão eficaz da empresa;
- crescimento do nível de excelência;
- atração e retenção de consumidores internos e externos;
- prevenção e redução de processos judiciais e indenizações;
- desempenho eficiente;
- ações corretivas e preventivas;
- desenvolvimento sustentável do negócio;
- fortalecimento da imagem da empresa perante o mercado;
- diminuição de gastos e materiais
- tomadas de decisão assertivas;
- aumento do lucro da instituição hospitalar.
Quais os meios utilizados para fazer o gerenciamento de riscos?
O gerenciamento de riscos requer identificar, analisar, catalogar e mitigar os riscos aos pacientes. Para isso, é preciso realizar uma análise de risco eficiente, voltando as ações para a realidade do dia a dia na área da saúde.
Nesse cenário, também é preciso trabalhar com a criação de ações preventivas, corretivas e contingenciais, que possuem como foco assegurar a máxima eficiência dos processos, a fim de que os serviços sejam ofertados com alto índice de qualidade e também segurança.
Nesse sentido, uma das principais ferramentas utilizadas para a gestão em saúde é implantar uma filosofia com foco nas boas práticas e processos da instituição da saúde, sendo que essas práticas devem ser incorporadas em toda a companhia, e não como uma atividade à parte.
Ao atingir esse objetivo, todas as pessoas que integram a organização passam a executar o gerenciamento de risco de forma natural e automática. Com isso, também é possível desenvolver e aplicar novas metodologias.
Assim, a palavra “risco” apesar de possuir uma conotação negativa, traz consigo a possibilidade de melhorar os processos e, consequentemente, ser relacionado a resultados positivos.
Logo, a identificação e análise de risco devem ser usadas para fazer a identificação de oportunidades capazes de melhorar os processos e os resultados das instituições hospitalares, diminuindo a ocorrência de erros que possam levar a consequências negativas para o bem-estar e segurança do paciente.
Com isso em mente, é possível entender que os meios utilizados para fazer o gerenciamento de riscos também envolvem as questões abaixo. Acompanhe!
Característica do cuidado médico e o risco clínico
O médico tem uma função primordial para oferecer o melhor tratamento ao paciente, aumentando as suas chances de cura e bem-estar.
No entanto, o risco clínico é uma realidade que não pode ser ignorada e está presente nessa relação, podendo acarretar eventos adversos. Soma-se a esse cenário a falta de um planejamento eficiente para a gestão de risco na área da saúde.
Contudo, é fato que os riscos relacionados aos pacientes podem ser diminuídos com ações que fomentem uma capacitação adequada de médicos e demais funcionários no ambiente hospitalar.
Além disso, o incentivo à comunicação entre a equipe, avaliações periódicas de competência, a oferta de atendimento e aconselhamento aos profissionais que trabalham de forma direta com os pacientes é fundamental.
Somam-se a essas ações questões relacionadas à segurança dos pacientes por meio de estratégias específicas. Vejamos alguns exemplos:
- monitoramento e acompanhamento de resultados de exames pós-consulta;
- notificação de prescrições expiradas;
- estratégia de comunicação que verifique a compreensão das informações pelo paciente;
- instalação de equipamentos de segurança, a exemplo das contenções de camas e banheiros, a fim de evitar quedas e imobilidade;
- rastreamento de compromissos perdidos por parte do paciente que não consegue reagendamento;
- retenção de registros em arquivo por períodos estendidos ou tempo ilimitado.
No entanto, é importante salientar que o risco médico não se resume às atividades clínicas, mas abrangem de forma direta os pacientes no conjunto de atividades e de outros profissionais que também estão designados ao cuidado com o paciente.
Assim, é possível determinar o gerenciamento de risco na área da saúde a diversos fatores relacionados ao ambiente, ao sistema e à interação entre as pessoas que compõem o local cuidado.
Quais seus principais desafios do gerenciamento de risco na área da saúde?
Um dos principais desafios do gerenciamento de risco na área da saúde é garantir a conscientização dos públicos que fazem parte da instituição a respeito da importância de mitigar riscos ao paciente.
Nesse sentido, as ações voltadas à gestão de risco devem contar com o apoio incondicional da alta gestão da empresa, que precisa acreditar na sua relevância, e dando o subsídio necessário para que as ações sejam implementadas.
Além disso, o envolvimento de todos é fundamental para o sucesso dos processos e, nesse cenário, é preciso investir em uma comunicação clara, o que nem sempre é uma realidade nas clínicas e hospitais.
No entanto, é preciso ter como foco a melhoria dos processos para aumentar a qualidade dos atendimentos e, para isso, é preciso que seja feita uma verificação dos contextos. Dessa forma é possível pensar em ações que possam ser eficientes para afastar ou mesmo eliminar riscos ao paciente, profissionais e à instituição de saúde.
A falta de conhecimento jurídico e a pouca importância dada aos profissionais de segurança do trabalho nas instituições de saúde também tem se mostrado um empecilho para o sucesso das atividades propostas.
Logo, é fundamental saber com circunstâncias do universo jurídico que tenham relação com a gestão de riscos na área da saúde, e o primeiro passo para isso é ter uma melhor compreensão acerca das RDCs e outras normas que regulamentam os serviços de saúde no Brasil.
Quais são os principais erros na análise de risco?
A falta de revisão dos processos é um dos principais erros quando a questão é o gerenciamento de ricos na área da saúde. Isso porque a administração das instituições, sejam elas da área da saúde ou outras, tendem a acreditar que esses processos não precisam ser revistos, não considerando a adoção de novas ações e tecnologias.
Nesse sentido, o gerenciamento de risco considerado eficiente é aquele capaz de tornar as ações de prevenção cada vez mais abrangentes no cenário hospitalar, e para isso precisa ser implementado em todo o hospital, a fim de que possa estar adequada para mitigar novos riscos. Isso também diminui a vulnerabilidades de novos processos que envolvam os pacientes.
Como superar os desafios da área da saúde?
Contar com ajuda especializada é a melhor forma de vencer os desafios na área da saúde. É claro que o comprometimento da alta gestão da empresa e dos demais colaboradores é fundamental para o sucesso dos trabalhos, sendo que a ajuda especializada irá contribuir de modo mais estratégico para o bom andamento das atividades.
Uma empresa especializada em gestão de risco na área da saúde tem o conhecimento necessário para verificar e garantir que todos os processos hospitalares estão sendo executados da forma correta, com foco em ações de prevenção, e consigam assegurar uma rápida recuperação do paciente, mitigando o risco de situações adversas.
Isso acontece porque, de forma periódica, equipes capacitadas são designadas para realizar a perícia no ambiente hospitalar, levando em consideração não somente os procedimentos envolvendo os pacientes, mas considerando também a regulagem e qualidade dos mais diversos equipamentos hospitalares.
Assim, podem ser montadas equipes de auditorias que levam em consideração todo o contexto hospitalar, o que promove ações mais alinhadas com a identificação e redução de possíveis riscos.
Vale lembrar que os serviços de uma empresa especializada vão além de somente fazer o conserto de possíveis falhas. Eles também trabalham com a criação de ações preventivas, cujo objetivo é fazer com que os funcionários das instituições de saúde consigam aprender com as situações do cotidiano.
Logo, a empresa especializada tem como tarefa fazer a capacitação da equipe do prestador, colaborando, dessa forma, para que as ações sejam cada vez mais efetivas.
Quais são os prejuízos que a falta de gerenciamento de riscos pode causar?
Os principais prejuízos relacionados à gestão de saúde estão relacionados à ausência de fluxograma de processos eficientes de análise de riscos, e isso pode ser prejudicial para a imagem das instituições, que podem perder credibilidade, comprometendo o caixa da empresa.
Nesse cenário, os principais dados da falta de gestão de risco nas instituições de saúde estão relacionados à infecção hospitalar erros em laudos, tratamento, diagnóstico, cirurgias, e outros erros médicos.
Logo, fica evidente a relevância da implantação de metodologias capazes de promover o enfrentamento de eventos adversos que podem colocar em risco a segurança do paciente.
Assim, o gerenciamento de risco na área da saúde tem como objetivo prevenir e também oferecer soluções mais ágeis e eficientes, capazes de colaborar com a imagem da instituição hospitalar, revelando uma maior capacidade técnica das ações hospitalares, dedicação ao paciente e foco no bem-estar de todos os públicos do hospital.
Como vimos ao longo desta leitura, área da saúde e gerenciamento de risco é fundamental para promover a segurança de pacientes, otimizar processos e melhorar a imagem da instituição, além de elevar a reputação da marca hospitalar no mercado. Para tanto, é preciso estar atento à legislação e normas, além de contar com uma equipe capacitada para conduzir os processos.
Se você gostou deste artigo sobre área da saúde e gerenciamento de risco, compartilhe no Facebook e LinkedIn para que mais pessoas tenham acesso ao tema!