Lidar com moradores que não seguem regras de segurança é uma rotina dos gestores de condomínios. As normas são criadas para garantir a ordem e a integridade de todos, mas se exige certo esforço de cada um. E não são todos os que estão dispostos a promover o bem-estar geral em detrimento de um interesse particular.
Por isso, o síndico precisa controlar de perto o cumprimento das regras e estabelecer medidas rigorosas para garantir que os moradores estejam sempre bem informados e obedeçam às diretrizes.
Independentemente do condomínio, porém, existem certas atitudes perigosas de moradores, comuns a muitos lugares. Neste artigo, vamos compartilhar algumas dessas situações e mostrar que ações podem ser tomadas para evitar que aconteçam.
Você entende a importância de prezar pela segurança do condomínio?
Em primeiro lugar, é necessário refletir na importância de levar a sério a promoção de um condomínio seguro. Notícias de invasões de assaltantes e sequestradores a condomínios não são incomuns, infelizmente. A engenhosidade dos criminosos é grande, e eles investigam o local para encontrar vulnerabilidade e se aproveitar de falhas de segurança.
A maior parte das brechas no controle de acesso ao local é provocada por erros que os próprios moradores cometem ou pela ausência de normas claras que deveriam ser seguidas na portaria.
Em contrapartida, quando as regras são seguidas, promovem-se o bem-estar e a qualidade de vida dos moradores e maior satisfação no trabalho dos profissionais.
Que atitudes dos condôminos podem comprometer a segurança?
Os criminosos muitas vezes aproveitam erros que os moradores cometem, conseguindo facilmente entrar no condomínio sem que sejam notados. Entenda algumas dessas falhas.
Quebrar as regras
A falta de obediência às regras é um desafio constante que os síndicos enfrentam com os moradores do condomínio. O que ocorre é que muitos condôminos tem a tendência de reivindicar seus direitos particulares à frente de direitos coletivos. Assim, quando há situações que não afetam suas famílias, acabam não se envolvendo.
Dessa forma, desejam que os vizinhos cumpram as regras, mas eles próprios muitas vezes ignoram algumas normas quando veem que podem ser beneficiados, mesmo que isso prejudique outros. Assim, o síndico precisa sempre lidar com este desafio: direitos individuais versus direitos coletivos.
Alugar o apartamento
Alugar o apartamento é uma forma que muitos condôminos encontram de ganhar um dinheiro extra. No entanto, essa prática pode representar um risco para a segurança do condomínio. Criminosos veem esses anúncios como oportunidade para entrar no local, entender a rotina dos moradores e estudar o sistema de segurança.
Deixar o portão aberto
Por mais simples que possa parecer, o hábito de segurar o portão para deixar uma pessoa desconhecida entrar pode ser bastante perigoso. Muitos encaram esse ato com uma forma de cordialidade e educação. Mas, na verdade, é preciso lembrar que é o porteiro o responsável por liberar o acesso de cada visitante, morador ou prestador de serviço.
Em uma situação como essa, uma pessoa mal intencionada pode aproveitar a chegada de um condômino e acompanhá-lo na entrada, introduzindo-se no condomínio.
Por isso, é fundamental que o síndico alerte os moradores em todas as oportunidades sobre a necessidade de seguir as regras e deixar para o porteiro a tarefa de controlar quem entra. Esses lembretes podem ser dados em reuniões, assembleias, folhetos em quadros de avisos e mensagens em grupos de WhatsApp, por exemplo.
Insistir para que o entregador leve a encomenda até a porta
Os serviços de delivery e entregas de encomendas são cada vez mais comuns. A portaria pode receber dezenas de entregas todos os dias. Assim, apesar de ser cômodo que o próprio entregador leve o produto pessoalmente ao morador.
Essa prática, no entanto, é um grande risco para os demais. Criminosos podem se passar por entregadores para entrar no local. Assim, mesmo que os moradores insistam, a regra precisa ser cumprida.
É possível solicitar a presença do morador na portaria para receber a encomenda. Se o condômino estiver ausente, o porteiro deverá receber as encomendas e guardá-las para retirada. Devido a essa responsabilidade, é recomendado que se faça um registro de recebimentos e retiradas, evitando desentendimentos.
Como ajudar os moradores a mudar atitudes de risco?
Apesar da existência das regras e da disposição dos profissionais de seguir as diretrizes, muitos moradores podem apresentar resistência para se adequar a elas. Mas existem algumas estratégias que o síndico pode adotar para garantir que as normas sejam bem conhecidas e cumpridas.
Entenda porque os moradores não seguem as regras
Um primeiro passo importante para mudar atitudes inadequadas dos moradores é entender o que os motiva a desrespeitar as normas. Algumas das principais razões são:
- não conhecem as regras;
- apresentam problemas sociais, como dificuldades de viver em comunidade;
- veem o desrespeito de outro condômino e acabam pensando que têm o mesmo direito;
- ficam sabendo de concessões são dadas para vizinhos, e querem ser tratados da mesma forma;
- não gostam do síndico e se juntam com outros condôminos para formar uma oposição;
- não aprovam a gestão;
- pensam apenas nos interesses individuais.
O que ocorre na maior parte dos casos, porém, é que muitos não buscam conhecer as regras do condomínio em que moram. Basta ver o número de moradores que participam das assembleias. No entanto, quando o assunto da reunião é o sorteio das vagas da garagem, a assistência fica muito mais lotada.
Embora nenhuma dessas razões constitua uma justificativa, são importantes para entender que caminhos tomar. Um deles é a necessidade de implementar um programa educativo, que se inicia assim que o morador se muda para o condomínio. A partir daí, a ideia é distribuir informativos e comunicar as regras nos diferentes canais, para que esse compartilhamento seja eficiente.
Notifique formalmente aqueles que não cumprem as regras
É preciso ser rígido especialmente com atitudes que possam comprometer a segurança de todos. Em alguns casos, mesmo chamando a atenção do morador diversas vezes, ele pode continuar com a mesma atitude. Buscar uma forma de notificar a conduta de modo formal é indispensável. Essa é a melhor forma de poder recorrer a outros métodos persuasivos, como a cobrança de multas.
Levando isso em conta, síndico e moradores precisam definir diretrizes para que os notificados sejam responsabilizados. Em outras palavras, é preciso ficar claro o que vai acontecer com aqueles que não cumprirem as regras. É preciso lembrar, no entanto, que a legislação brasileira prevê apenas punições financeiras, não permitindo que o morador seja convidado a se mudar do imóvel.
Lidar com atitudes inconvenientes de moradores que comprometem a segurança do condomínio não é nada fácil. Em muitos casos, é um trabalho que demandará tempo e bastante paciência. Mas com as estratégias certas, será possível promover um ambiente seguro e tranquilo para todos.
Esperamos que essas dicas tenham sido úteis para a sua gestão. Se gostou, não deixe de acessar e curtir nossa página no Facebook. Assim, você fica atualizado com nossas novidades direto do seu feed!
