Como você sabe, o ambiente hospitalar é um grande gerador de riscos em potencial para qualquer pessoa. Isso porque reúne enfermos, produtos químicos fortes, processos físicos perigosos, materiais perfurocortantes e assim por diante. No entanto, aqueles riscos invisíveis são os que ganham o foco do Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH).
Em tempos pandêmicos como estes, manter os hospitais livres desse mal e seguros para o tratamento das pessoas é primordial. Como estamos vivendo uma grande demanda por leitos e o prolongamento das estadias e internações, a relevância desse tipo de programa é ainda maior.
É inadmissível que o hospital negligencie certos cuidados, colocando em risco a integridade da saúde e da vida dos seus pacientes. Portanto, hoje, queremos que você conheça mais de perto e saiba como implementar um Programa de Controle de Infecção Hospitalar eficaz. Boa leitura!
O que é o Programa de Controle de Infecção Hospitalar?
Dentro de um hospital, as principais causas de infecção estão relacionadas à esterilização e desinfecção malfeitas de equipamentos e outros artigos, quebra dos protocolos e rotinas de higienização hospitalar, dos procedimentos de rotina da enfermagem e médica e, é claro, à falta de biossegurança.
Por isso, medidas como o Programa de Controle de Infecção Hospitalar são tão importantes, afinal, ajudam a mitigar as chances de ocorrência de infecções e de prováveis consequências desses erros. Sendo assim, resta dizer que essa é uma medida de segurança indispensável para a instituição de saúde.
O Programa de Controle de Infecção Hospitalar trata-se de um conjunto de ações pensadas e planejadas para diminuir ao máximo a ocorrência e a gravidade das infecções em ambientes hospitalares. Para se manter efetivo, é importante que passe por avaliações constantes e sofra ajustes sempre que for necessário, a fim de se manter seguro.
Como é feito o controle da infecção hospitalar?
O controle de infecção hospitalar é uma prática que se relaciona diretamente com o conceito de biossegurança. Para realizar um programa de controle de infecção hospitalar, é necessário que o hospital institua uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e um Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH).
É dever do diretor clínico ou do responsável técnico pela instituição indicar os membros desses grupos. São eles que trabalharão para manter os índices de infecção em valores categorizados como “aceitos”, de acordo com a determinação do Ministério da Saúde.
Para isso, será preciso seguir rigorosamente as normas instituídas pela Vigilância Sanitária e adotar ações de prevenção às infecções. A partir de reuniões periódicas, são realizados planejamentos, ações e avaliações do programa de controle de infecção hospitalar.
Os profissionais que fizerem parte desses grupos devem ser qualificados para realizar eventuais investigações epidemiológicas de surtos, além de implantarem medidas seguras de controle. Também faz parte das suas atribuições promover ações de educação continuada sobre a prevenção de infecções.
Eles devem elucidar:
- as principais causas das infecções hospitalares;
- os riscos de infecção entre profissionais que atuam em diferentes instituições;
- os grupos de risco (idosos, crianças, diabéticos, pós-cirúrgicos etc.);
- as infecções hospitalares mais comuns;
- os cuidados básicos para o controle das infecções.
Os profissionais de saúde podem ser os potenciais transmissores de infecções, especialmente quando se esquecem de lavar as mãos antes e após tocarem nos pacientes. Outros fatores de risco são os jalecos, luva e máscaras, que podem ficar contaminados entre uma consulta e outra.
Os visitantes também podem levar e transmitir infecções entre os enfermos. Por isso, é importante que eles recebam orientações, como:
- não levar flores ao paciente internado;
- não tocar nos aparelhos e equipamentos do hospital;
- não se sentar na cama do paciente ou colocar acessórios pessoais sobre ela;
- não levar travesseiros, cobertores e bichos de pelúcia;
- não usar o banheiro do quarto do paciente;
- não levar crianças e idosos a visitas em hospitais;
- fazer a higienização das mãos antes e depois do contato com o paciente.
Como elaborar um Programa de Controle de Infecção Hospitalar?
A criação de um PCIH é fundamental para precaver e promover a educação constante dos profissionais da saúde e para realizar indicações ligadas ao controle de agentes infecciosos, à higiene ambiental e ao gerenciamento de resíduos.
Veja, a seguir, quais são as principais medidas que devem ser tomadas durante a elaboração desse programa para que ele seja efetivo!
Elaborar rotinas e normas para a higienização e desinfecção do ambiente
É imprescindível que se defina o tipo de desinfecção, a frequência ideal e os produtos utilizados, sobretudo em UTIs, centros cirúrgicos e berçários.
Criar regras para visitantes, profissionais e pacientes
Essa é uma ação indispensável para diminuir os riscos de infecções. É importante criar treinamentos e regras para higiene, coletas de exames, realização de curativos, aplicação de medicações e restringir a quantidade de visitantes.
Recomendar o uso adequado de antibióticos
O objetivo dessa recomendação é evitar que os pacientes sejam tratados com o uso de antibióticos sem ter necessidade. Assim, impede-se o desenvolvimento de bactérias de alta resistência.
Orientar sobre o uso de produtos químicos para acabar com os agentes
É necessário fazer recomendações em relação ao uso de germicidas, antissépticos, desinfetantes e de agentes de higienização.
Promover medidas de higiene
O mais importante aqui é dar atenção especial às mãos, pois elas estão entre os principais veículos de transmissão de micro-organismo. A lavagem das mãos deve ser frequente e sempre usando o álcool em gel.
Vale lembrar que essa prática de lavagem das mãos precisa ser empregada pela equipe de saúde e também pelos acompanhantes dos pacientes.
Realizar vigilância quando houver infecção
O propósito de realizar essa ação é entender as causas e pensar em formas de prevenção. É importante frisar que, para diminuir a taxa de infecção hospitalar, é preciso que todos os pacientes sigam os cuidados básicos, independentemente do diagnóstico e do tratamento.
Por fim, vale destacar a importância de incentivar a alta hospitalar sempre que for possível, uma vez que isso vai evitar que as pessoas fiquem um longo tempo no local, considerando que as chances de infecção aumentam com o passar do tempo.
Como implementar o programa de controle de infecção hospitalar?
A forma mais segura de fazer isso é estabelecendo prioridades com base nas ações de vigilância epidemiológica. Isso pode ser implementado por meio de algumas etapas, como as que você poderá conferir a seguir.
Composição
Um Programa de Controle de Infecção Hospitalar deve contar com o apoio de uma comissão, como você viu. Por isso, o primeiro passo é compor esse grupo, que deve contar com profissionais da área de saúde, de nível superior e com, pelo menos, um representante do corpo clínico, um da enfermagem e um da administração.
A composição ideal de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar conta com um representante de cada um dos setores abaixo:
- corpo clínico;
- diretoria administrativa;
- farmácia;
- laboratório de microbiologia;
- diretoria de enfermagem.
Além disso, também é importante que façam parte os membros do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar.
Estrutura
Também é preciso designar uma área física para o funcionamento da Comissão. Isso dependerá do tamanho e das condições do hospital, assim como do número de ocorrências de infecção e da gravidade dos casos.
Uma infraestrutura mínima inclui uma sala para reuniões e chefia, uma secretaria e arquivo e um laboratório para bacteriologia epidemiológica.
Controle
Os diagnósticos são parte fundamental de um programa de controle de infecção hospitalar, e isso é o que se chama fase de controle. As áreas críticas são tidas como prioridade, afinal, são as potenciais originadoras de infecções. Mas não são as únicas. Por isso, o ideal é que a fase de controle seja dividida em:
- controle do ambiente: com foco na qualificação e orientação das equipes de higienização e desinfecção de ambientes;
- controle de pessoal: com foco na gestão dos enfermos, casos de isolamento, visitas e treinamento da equipe de saúde;
- controle dos produtos químicos: com foco na seleção e controle do uso de químicos (germicidas, antissépticos, agentes de higienização e desinfetantes).
Quais são os principais desafios do PCIH?
Bom, entre os principais desafios desse programa, podemos citar:
- uso irracional de antibióticos;
- uso excessivo de procedimentos invasivos;
- ausência de uma correta vigilância epidemiológica;
- métodos de proteção anti-infecciosa inexistentes ou ineficientes.
Como superar esses desafios?
Como uma forma de superar os desafios do Programa de Controle de Infecção Hospitalar, o ideal é aplicar algumas medidas, como:
- elaborar ações de educação continuada;
- fazer um monitoramento e controle dos procedimentos invasivos;
- utilizar métodos de prevenção anti-infecciosa efetivos;
- manter uma vigilância epidemiológica ativa e constante, focando na elaboração de práticas eficazes e oportunas de controle e de prevenção;
- racionalizar a utilização de antibióticos e de outros medicamentos que possam favorecer o aparecimento de infecções.
Como você viu ao longo deste conteúdo, adotar um PCIH é de suma importância para garantir que esse ambiente seja considerado seguro para a recuperação da saúde dos enfermos.
Isso porque as atividades desenvolvidas no programa são totalmente direcionadas com o objetivo de promover segurança aos pacientes por meio de ações com foco na diminuição de um índice que preocupa muitas pessoas, que é o desenvolvimento das infecções em pacientes que estão em tratamento hospitalar.
Para isso, é preciso se adequar a todas exigências legais para biossegurança, uma vez que o controle efetivo está ligado ao conceito. Bom, agora você está preparado para dar os primeiros passos na implementação de um Programa de Controle de Infecção Hospitalar.
Se você gostou de saber mais sobre o Programa de Controle de Infecção Hospitalar e gostaria de implementar quanto antes, entre em contato conosco para obter mais informações!